As Primeiras Viagens

A bicicleta e eu, o começo da minha história com ela

Vou Começar falando um pouco sobre minha relação com a bicicleta e como foi surgindo em minha vida a ideia de viajar de bicicleta. Desde cr...

quarta-feira, 30 de junho de 2021

2018 Jacobina a Monte Santo, Euclides da Cunha, Serrinha, Alagoinhas

 === Primeiro Dia (01/04/2018) Domingo de Ramos. DS 38km, de Jacobina até a Igreja do Paulista.

Nesse dia tive bom problema com o bagageiro traseiro. Parei na entrada para o povoado do Paulista, indeciso se seguiria para a cachoeira do povoado, ou se seguiria viagem via Caldeirão Grande logo. Nesse cruzamento percebi que o bagageiro traseiro havia quebrado no encaixe com o eixo. Segui empurrando a bicicleta devagar até uma sombra na estrada de chão, retirei toda a bagagem e tirei o bagageiro dianteiro, para colocar no traseiro e ficar só com um bagageiro. Deu muito trabalho porque o bagageiro dianteiro estava com os ferros que encaixam no quadro abaixo do selim dobrados (pois não eram usados enquanto dianteiro), e precisei desdobra-los com as chaves e o alicate de artesanato. Quase no fim o alicate quebrou, mas consegui instalar o bagageiro na traseira, e coloquei toda a carga da bicicleta nele. Ao fim desse processo resolvi seguir para a Cachoeira do Paulista.

A cachoeira do Paulista estava bem movimentada esse dia pois era domingo e feriado.

=== Segundo Dia (02/04/2018) DS 45 km. Cacheira do Paulista até Estrada entre Caldeirao Grande e Ponto Novo

Saí de manhã da cachoeira do Paulista e segui para Caldeirão Grande por uma estrada de chão para cortar caminho. Tinha bastante trepidação e segui com cuidado pois estava bastante pesado o bagageiro traseiro. Quando peguei o aslfalto, nos primeiros quilometros a bicicleta ficou estranha, observei e percebi que o quadro havia quebrado. Aparentemente esta viagem não estava com uma boa energia, era a segunda quebra no segundo dia, talvez um sinal de que a viagem não seria tão boa quando eu havia planejado, e poderia voltar, pois ainda estava perto, e planejar de outra forma, não sei, mas segui caminho assim mesmo.

Foi penoso ter que seguir empurrando a bicicleta agora que tinha chegado há pouco tempo naquele asfalto liso. Fui empurrando com muita paciencia até chegar em Caldeirão Grande. Ao chegar lá, me informei sobre onde poderia soldar o quadro, e fui até a rua indicada. Chequei na rua ja de tardinha, no primeiro local não consegui encontrar o soldador. Então enchi minhas garrafas de água acho que num comercio local, já estava pensando que teria que dormir no mato da estrada, essa rua que estava era na saída da cidade. Mas no segundo local encontrei o soldador. Ele estava de saída, e eu não insisti, mas após explicar a situação ele disse que não poderia ir embora e me deixar com a bicicleta quebrada. Então soldou o quadro, ao terminar já era noite, eu agradeci imensamente, ele salvou realmente. 

Segui caminho pela estrada de chão para Ponto Novo já de noite, bebendo um vinho. Consegui encontrar um local na beira do rio onde não tinha cerca, e era um pouco longe da estrada, não daria para ninguem me ver atras de uns arbustos, ainda mais com o escuro da noite. Ali armei a barraca. Cozinhei com a água do rio Itapicuru-Açu, que naquele local já era bastante salobra. (O rio é doce nas areas proximas da nascente na Serra, mas aparentemente se torna salobro a medida que entra pelo sertão).

=== 3o Dia (03/04/2018). DS 58 km. Da estrada entre Caldeirao Grande e Ponto Novo, até Itiúba.

Saí de manhã cedo e cheguei na cidade de Ponto Novo. Pequei então o asfalto até Filadelfia. Na entrada dessa cidade, na sombra de uma Algaroba do lado de um posto tinham dois trecheiros com uma bicicleta. Eu fui conversar com eles, creio que isso foi uma inexperiencia, devia ter seguido meu caminho, aparentemente os trecheiros não param assim para conversar com os outros que encontram no caminho, fui percebendo isso em outras viagens. Mas tudo bem, conversamos e foram cordiais comigo, era um mais jovem e um senhor, e o mais jovem estava levando o senhor na bicicleta, disse que precisava encontrar uma bicicleta para o senhor. Era proximo de meio dia e eles estavam cozinhando um caldo de ovo, e estavam com um litro de Pitu. Me convidaram para almoçar, quem falava mais era o mais novo, que me disse o nome, aliás era um apelido referente a um estado, de onde ele devia ser. Tomamos algumas doses e eu fiz o nome deles escrito no arame para presentea-los, o mais novo fez e me deu uma panela de pressão de latinha de aluminio, e o senhorzinho fez um trampo com cobre na minha caneta. Ele propos que jogassemos palitinho apostado dose, eu já achei que estavam meio enrolando, ou nao estavam com pressa de almoçar ou querendo que eu bebesse e ficasse por ali mesmo. Num certo momento o jovem perguntou se eu poderia dar a garrafa que uso para pegar alcool no posto, eu disse que seria complicado para mim, que só tinha aquela, e estava até rachada. Isso me arrependo, pois eles eram dois em uma bicicleta, eu poderia ter dado a garrafa para ajudar e depois arranjaria outra. Eu tinha mortadela, e enquanto bebíamos eu cortei em quadradinhos para acompanhar a bebida. Mas cansei, não queria fazer defeita no convite do almoço, mas eles estavam enrolando, então disse que pelo horario precisava seguir caminho, coloquei minha blusa de manga comprida por causa do sol, o mais novo até falou, "voce ja vai?, ninguem aqui está brigando", me despedi de boa, desejei boa sorte e segui caminho.

Parei na cidade de Filadelfia e fui num restaurante, perguntei se poderiam me vender por dois reais uma caneca de feijão, a mulher concordou e encheu minha caneca. Na saída, passei pelo churrasqueiro e ele pediu para eu estender a caneca com feijão, ele tirou do espeto um belo pedaço de carne assada e botou por cima, agradeci imensamente. Fui numa sombra e comi. Pouco depois já estava seguindo pedal sob o sol sentido Itiúba. Inclusive, cabe destacar que quando eu estava na sombra com os trecheiros, disse que pretendia seguir para Itiúba, o senhorzinho disse que para Itiúba estava a mais de 100km, e que eu não chegaria nesse mesmo dia. Porém eu estava com um mapa em formato de caderno e sabia que não seria nem 50km até lá, e que chegaria sim nesse dia se não tivesse nenhum imprevisto.

Cheguei em Itiúba de tarde, a estrada na entrada da cidade estava em obras, e de terra, estava muita poeira. Passei do lado de um caminhao pipa que estava jogando agua na estrada, e propositalmente me coloquei em baixo da áqua que ele estava lançando, para amenizar o calor que estava muito. Parei no posto de gasolina acho que fui calibrar o pneu, uma pessoa perguntou pela viagem com interesse e me tratou bem, inclusive se bem me lembro vendi uma pulseira a ele.

Depois de Itiúba, subi a Serra logo depois da cidade, já era asfalto, e achei um local muito bom para dormir, era na parte alta, tinha uma valeta larga de concreto paralela a pista, que serve para canalizar a agua da chuva que cai na serra, impedindo que ela vá para a pista. De dentro dela não tinha como alguem passando na pista me ver. Armei a barraca um pouco espremida nessa valeta, logico que na parte mais alta, ou seja na linha do divisor de aguas, no lugar que a agua escorre para um lado ou para o outro, logo eu não teria problema com um rio correndo na valeta caso chovesse. Essa foi uma noite boa de sono. Porem infelizmente eu estava bebendo esses dias, embora não exageradamente.

=== 4o Dia (04/04/2018) DS 80km. De Itiúba até Monte Santo.

De manhã cedo, desarmo acampamento e sigo viagem. Ainda de manhã passei no Açude de Jacuruci, muito bonito, bastante água. Perguntei a uns moradores de umas casas proximas se ali podia tomar banho, afinal ali proximo tinha um local de captação de água, provavelmente da Embasa ou algo assim. Mas eles disseram que não tinha problema, aquele local que eu tinha visto era tranquilo tomar banho. Tomei então um otimo banho e aproveitei para lavar umas poucas roupas.

Chego em Cansanção, no posto fui calibrar o pneu e um cara na lanchonete ficou bastante curioso com a viagem, e foi bastante cordial desejando boa viagem. Muito sol nessa região de semi-arido, e era perto de meio dia. Fui num restaurante na cidade, e usei a tecnica de pedir uma caneca de feijão por dois reais, era interessante pois eu cozinhava de noite, mas se pudesse comer um pouco de feijão durante o dia seria bom. Porem estava com uma questão, minha protese fixa de um dente que eu usava estava desencaixando o pino, e eu poderia usar encaixado, mas não sei porque esse dia tinha resolvido ficar sem ela. No restaurante me senti constrangido quando falei com a mulher, faltando esse dente da frente. Alem disso, o restaurante estava cheio nesse momento, outro erro, deveria ter esperado o horario do fim do atendimento, quando os clientes vao embora. De todo modo a mulher foi bastante solidária e disse que não me venderia a caneca de feijão, me preparou uma quentinha e me deu. Agradeci bastante e fui na praça comer. Enquanto comia, apareceu um morador e veio conversar comigo, disse que era da igreja e que estava no restaurante que eu tinha passado. Disse que a mulher do restaurante tambem era da Igreja. Ele me ofereceu uns 8 ou 12 reais em notas de 2, para ajudar na viagem, eu não fiz desfeita e aceitei a força. Segui então caminho após o almoço. Na saída da cidade, procurei um local para pegar agua. Pedi para uma senhora e ela disse que ali nao tinha, então eu vi uma casa do outro lado da pista com a porta aberta e uma mulher na porta, disse a senhora que tudo bem, eu ia tentar naquela casa. Ela me olhou com uma cara meio estranha e meio que não disse nada, parecendo que ia dizer algo. Cheguei na casa que estava com a porta aberta, e pedi agua para a mulher. Ela estranhou um pouco mas disse que ia pegar. Ouvi a voz de outra mulher la dentro perguntando o que era, e ela dizendo que tinha gente pedindo água. Já quem veio trazer a água foi uma jovem, aparentemente adolescente ainda, que estava com shortinho e uma camiseta bem leve, que mostrava a barriga e destacava muito os seios, dava para perceber claramente que estava sem sutiã. Diga-se de passagem muito bonita essa jovem. Eu até fiquei sem jeito, depois fiquei com a impressão de que fui pedir agua em um brega na saída da cidade. De todo modo, bebi a agua que estava gelada, agradeci e segui meu caminho.

Cheguei em Monte Santo no fim do dia. Me arrependi, passei por um local que poderia ter acampado logo antes da cidade, numa parte bonita num relevo ondulado perto da Serra. Mas segui, e  a noite me pegou chegando na cidade. Ja estava tomando um vinho desde a tarde. Parei um pouco na praça, bebi um pouco relaxando, e comi um saquinho de amendoim salgado. Fui no posto de gasolina e pedi para o frentista para passar a noite, ele me atendeu bastante bem e liberou minha dormida. Armei a barraca e cozinhei algo que não lembro agora, mas acho que foi só miojo para ser rapido pois já era meio tarde. Depois fui dormir.

=== 5o Dia (05/04/2018) DS 40km, Monte Santo a Euclides da Cunha. 

De manhã segui viagem saindo de Monte Santo. Na saída da cidade enchi garrafas de agua num bar/restaurante. Cheguei em Na entrada de Euclides proximo de meio dia. Estava bebendo uma caninha da roça com suco de pacotinho. Nessa viagem realmente eu não estava bem, devido estar bebendo muito frequentemente, aliás bebi desde o primeiro dia da viagem, graças a Deus até então não tinha tido nenhum excesso ou problema, mas isso desgasta e atrapalha muito a viagem.

Enfim, bebi um pouco essa bebida na entrada da cidade, num local de entroncamento da pista que é alto, tem uma vista bonita e umas sombras de licurizeiro, onde estava abrigado por uns momentos para descansar do sol. Fui no centro da cidade. Eu tinha planejado tentar encontrar um velho amigo da juventude em Serrinha, que eu sabia que tinha ido morar em Euclides, embora não sabia se ele ainda estava morando nessa cidade, e ele não usava celular nem redes sociais (sério).

Chegando no Centro, encontrei uma pessoa conhecida de Serrinha, e tambem conheci outra pessoa viajante que estava meio que morando na cidade. Me frustrei em Euclides, pois ia tentar me reabastecer nessa cidade para seguir viagem depois até o litoral, mas meu plano não deu certo, não consegui fazer um reabastecimento na cidade. Para piorar, com essa frustração eu até exagerei mais na bebida, ou talvez a bebida tenha contribuido para meu plano não dar certo.

Enfim, nessa Primeira noite fui dormir num posto de gasolina em Euclides da Cunha.

=== 6o Dia (06/04/2018) Euclides da Cunha. Parado na cidade.

Nesse dia seguinte eu ainda fiquei na cidade, e meu plano continuou não dando certo. Depois de "bater cabeça" bebendo em excesso, fui dormir nuns matos na beira da BR, bem proximo a entrada da cidade, e nem armei a barraca. Tive sorte esses dois dias que fiquei em Euclides da Cunha, pois o exesso da bebida poderia ter feito eu ter tido problemas, e tenho que agradecer a Deus por ter saído ileso, inteiro e com todos os pertences.

=== 7o Dia (07/04/2018) Sabado. 60 km, de Euclides da Cunha até Tucano.

Levantei logo com o clarear do dia, e como não tinha armado a barraca, foi só levantar a bicicleta e seguir. Num posto de gasolina peguei um lanche e um café. Consegui um pouco de cola para remendar o pneu numa borracharia, pois a minha tinha acabado e eu tambem não tinha camara reserva, se o pneu furasse eu teria que poder remendar. O rapaz da borracharia e tal. Segui viagem, desisti do plano de ir para o Litoral, tinha planejado atravessar sergipe e chegar até em Aracaju. Talvez por isso a viagem tenha começado daquela forma, com a bicicleta quebrando tanto, talvez fosse para me precaver que meus planos não dariam muito certo. Também, antes de sair de Jacobina, tinha passado uns dias não muito bons na cidade, meio confusos, não lembro bem porque, mas ja estava um clima meio ruim onde eu morava, nuns quartinhos de um bairro distante onde aparentemente os vizinhos estavam meio conspirando por eu estar desempregado, e eu já vinha bebendo de antes da viagem, inclusive comecei a viagem de ressaca. Enfim, enfrentando dilemas e a bebida aumenta os problemas e dilemas.

Seguindo, desisti de ir para o litoral sergipano e peguei a BR 116 sentido Serrinha, iria ver meu pai pelo menos. Peguei bastante sol nessa estrada, que passa por uma região bem árida. O acostamento era péssimo, enormes buracos e pedregoso, e a estrada estreita, com intenso fluxo de caminhoes, a pedalada foi realmente cansativa, até porque tensa, com os caminhoes passando em alta velocidade.

Em Tucano fui no banco, tirar um trocado que ainda tinha. Depois fui num mercado, e na frente do mercado comi um cachorro quente de um senhor jovem muito gente boa que vendia lá. Destaque-se, achei bonita a cidade de Tucano, em especial a região central. Fui para um posto de gasolina grande, poucos quilometros após Tucano, bem perto. Fui bem atendido, o frentista me disse onde eu poderia armar a barraca, e ainda me deu uma ficha para eu tomar um banho. Agradeci imensamente ao irmão.

Deixei a bicicleta na frente do banheiro e fui tomar banho. Resolvi aproveitar para lavar umas roupas, e inclusive saí do banheiro vestindo duas das peças que eu tinha lavado, afinal estava calor, e usando elas adiantaria a secagem. Porém isso ajudou algo que aconteceu em seguida. Logo na sequencia fui armar a barraca, e enquanto fazia isso, comecei a dar os primeiros espirros. Ocorre que esses dias de viagem, tomando muito sol e bebendo, e após ter bebido ainda mais em Euclides, e depois ter pego a estrada cansativa como foi até Tucano, tudo isso deve ter baixado muito minha imunidade. Ao sair do banheiro de noite, vestindo a roupa molhada e me expondo ao vento, isso deve ter dado o arremate final, e peguei um resfriado forte. Espirrei bastante essa noite, meu nariz ficou realmente muuito mal. Enfim, ainda consegui cozinhar meu alimento e comer, antes de dormir.

 === 8o Dia (08/04/2018) Domingo. 65 km. Tucano até Teofilandia.

Acordei resfriado. Desarmei a barraca, comi, arrumei a bicicleta e segui. Segui pedalando pela estrada, espirrando muito e com forte coriza o dia todo. A estrada continuava pessima, devido ao acostamento horrível e o intenso fluxo de caminhoes e carretas em alta velocidade, e o dia continuava com sol forte. Mas teve bons momentos tambem, especialmente depois de Araci. Eu não peguei chuva na estrada, mas aparentemente aquele local tinha dado uma chuva boa, pois a paisagem mudou bastante, e passou a ficar bem mais verde. Parei já com a tarde avançada numa lagoinha bem do lado da estrada, bem bonita refletindo o azul do ceu e o verde das arvores, e fui me lavar um pouco, me refrescar e tirar o suor. Quando estava me preparando já para seguir, um carro parou depois da bicicleta e deu uma ré pelo acostamento. O motorista saiu e veio até mim, de um modo bastante afoito, andando rapido, eu até fiquei meio cismado, embora ele estivesse vindo sorridente. Ele chegou e me cumprimentou bastante animado, e me ofereceu uma nota de dez reais para ajudar na viagem. Enfim, era fim de semana, talvez ele estivesse um pouco alterado, mas parecia bem mesmo assim. A forma afoita como ele chegou me deixou quase assustado, mas no fim foi até engraçado.

Segui pedal, e quando cheguei em Teofilandia já estava sentindo que estava com febre. Fui até um posto de gasolina do lado da cidade e pedi para passar a noite, o que foi liberado. Até pedi na lanchonete para deixar carregando um pouco o celular, enquanto eu armava a barraca e preparava o rango. A febre aumentou bastante, eu pedi a Deus para que eu conseguisse comer e que a febre alta não atrapalhasse a digestão. Após comer tentei descansar um pouco e em seguida fui dormir, a febre estava realmente alta, senti bastante frio, até tremi. Mas pude dormir, e nao tive nenhum problema com a digestão da comida.

=== 9o Dia (09/04/2018) Segunda feira. DS 35 km, de Teofilandia até Serrinha.

Acordei de manhã cedo ainda com febre e coriza. Desarmei a barraca, comi e segui pedalando sentido Serrinha. Continuava fazendo bastante sol. Ainda de tarde me aproximei de Serrinha. Chegando do lado da cidade, essa cidade me deixou com um certo medo de chegar de bicicleta, acho que devido ela ter um porte já um pouco grande, e também por eu conhecer e saber que existe uma criminalidade relevante lá. Atravessei a cidade e peguei mais uns 15 km, até chegar na roça onde meu pai morava. Ele me recebeu com alegria, ele gostava bastante quando eu ia visita-lo, apesar de que ele não se sentia muito feliz com a situação que ele vivia, mas me tratava bem, especialmente quando eu chegava.


E assim foi a viagem, um total de 421 km em 9 dias. Cabe aqui pontuar o seguinte: Bebida alcoolica não combina nada com uma viagem de bicicleta, especialmente para mim. A bebida não combina comigo, e me faz muito mal, me atrapalha muito, muda meus pensamentos, comportamento, energia. Quem tem problemas com bebida como eu, quando a bebida traz problemas e atraso, o melhor que faz é cortar totalmente a bebida, e evitar sempre o primeiro gole, viver a vida sem bebida para buscar qualidade de vida.

No mais, esses dias continuei gripado mas fui melhorando. Outra questão, como tomei muito sol, mesmo usando chapéu, mas devido o ar quente que sobe da pista e bate de frente, isso fez com que eu ficasse com os labios bastante queimados. Isso foi outra coisa que aprendi, para pegar uma estrada assim em local semi árido em tempo de sol, só usar chapéu não é o bastante, é necessario cobrir a face, para proteger especialmente os labios, pode ser passar manteiga de cacau nos labios, porém o método que eu escolhi foi cobrir a boca com um lenço, tipo uma bandana.

Então foi isso, finalizo por aqui o relato, deixaria um abraço mas acho que nem vou deixar esse relato publico. De toda forma, um abraço, nem que seja só para mim mesmo quando eu reler isso aqui, rrsr. Abraço!



































  































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